Alô? Eu gostaria de falar com o Universo.
"Elevo os meus olhos para o monte, de onde virá o socorro? O meu socorro vem dos Senhor que fez os céus e a terra”.
Mas, quem fez os céus e a terra? Usando os gatilhos culturais, com base no livro de Salmos 121, da Bíblia cristã, num primeiro momento você pode responder: “Foi Deus quem fez”; para além do ambito religioso, mitológico ou a melhor palavra de sua preferência para se referir a entidade “deus”, te convido a pensar:
Ok, Deus o fez; mas, como a coisa aconteceu no nível químico e físico? Como se formou o céu, as nuvens, o universo? Quais os fenômenos naturais envolvidos? Quais condições ideais de pressão e temperatura foram necessárias para que o planeta Terra, que tem uma data estimada em 4,5 bilhões de anos, se formasse - alí no seu ano 1?
O fator tempo é crucial. Milhões de anos se passaram após a primeira ligação covalente entre moléculas de oxigênio, hidrogênio, carbono, nitrogênio…. Você consegue imaginar a quantidade de processos físicos e químicos que foram necessários, para chegarmos até aqui? Espécie humana.
Não à toa, a ciência comprova que somos feitos dos mesmos elementos das estrelas… Todas as moléculas que compõem o seu corpo, também estão no universo, espalhadas em movimento não uniforme, ao longo da imensidão logo acima das nossas cabeças. Então, quando você olha para o céu, na certeza de que o seu socorro virá de lá, na verdade você também deve olhar para dentro.
A força que move o universo também te habita. Todas as respostas estão dentro de você, esse microcosmo, espelho do macro. A força e potência necessárias para criar estrelas, cometas e planetas também está dentro de cada uma das células que formam o seu corpo.
Sinapses, membranas celulares, os cinco sentidos. O que está fora é apenas reflexo do que está dentro.
Ao olhar para o horizonte em busca por respostas, ideias e soluções para os seus problemas, certamente nenhuma holografia “deusística” aparecerá diante dos seus olhos, nenhuma resposta pronta cairá do céu. É importante esclarecer: não nego aqui a importância (ou existência) das religiões, ritos, mitos - são instrumentos que auxiliam a nossa espécie a organizar o incômodo desconhecido, a aceitar que para toda pergunta não necessariamente há uma resposta.
A próxima vez que você olhar para o monte, saiba:
a resposta já existe e está em algum lugar dentro de você.
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